Arquitectura nómada | Nomad architecture
Cortinas do atelier trasformadas em tenda/pirâmide, fio de prumo.
Tent/pyramid built with the studio courtains, plumb-bob.
300x160x160cm (aprox.)



(x,y,z)/pictograma | (x,y,z)/pictograph
Tinta da china s/ papel | Indian ink on paper
150x110cm




Gráfico | Graphic
Gráfico encontrado numa embalagem de chocolate LINDT EXCELLENCE Dark 99%, moldura negra.
Graphic found in a pack of LINDT EXCELLENCE Dark 99%, chocolate, black frame
70x55cm

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Apresentado na exposição "A nossa língua não cura" com André Romão, André Sousa, António Caramelo, António Rego, Fernando Ribeiro, Gonçalo Sena, Israel Pimenta, José Almeida Pereira, João Marçal, Nuno Ramalho, Renato Ferrão e comissariada por Isabel Ribeiro.

Shown at "A nossa língua não cura" a group show with André Romão, André Sousa, António Caramelo, António Rego, Fernando Ribeiro, Gonçalo Sena, Israel Pimenta, José Almeida Pereira, João Marçal, Nuno Ramalho, Renato Ferrão and curated by Isabel Ribeiro.

08.05>31.05.2009
Espaço Avenida
Av. da Liberdade 211
Lisboa

Sábados e Domingos
Saturdays and Sundays
15h30 >19h30.


A nossa língua não cura
É de forma fragmentada e informe que o pensamento se insinua. Tentamos dar-lhe sentido: captá-lo, aprendê-lo, elaborá-lo, relacioná-lo, negociá-lo, enfim, solidificar esse informe. Esta formalização não é mais que um artifício para o tornar eficiente. Supostamente é o que se pede. Pede-se uma inevitável artificialidade, um duplo ou sósia utilitário que resolva, nem que seja parcialmente, questões individuais e sequentes relacionamentos com um contexto. O corpo e a linguagem costumam ser veículos nesse relacionamento.
Mas aqui, a nossa língua não cura:
A linguagem nem sempre sutura os ferimentos provocados pela comunicação e a nossa língua, ao invés da dos animais, não ajuda a sarar os ferimentos do corpo.
Trata-se de deixar à linguagem e ao corpo dum trabalho artístico essa tarefa.
Essa tarefa, esta exposição, não passa por definir possibilidades ou impossibilidades mas aceitar insuficiências – as do discurso, as do fazer e as da apresentação dos mesmos.

***

O que aqui pode ser visto é uma reunião de trabalhos.
O que antecedeu essa visão foi uma reunião de artistas.
Como agente de união nesta mostra, o meu olhar nunca esteve de frente para as obras já que à excepção de uma, mais nenhuma existia à data. A possibilidade passa por um olhar por trás e o que aí se encontra é informe e escuro – tal como quando se entra num espaço sem luz, o olhar se vai habituando ao negrume e aos poucos se consegue perceber formas por diferenças tonais, também neste processo de união, o antes informe foi-se revelando progressivamente até passar a existir fisicamente.

Isabel Ribeiro, 2009